Bom dia colegas!
Reservamos esse espaço para uma maior divulgação de recursos que possam enriquecer as suas aulas, tornando-as atrativas ao novo universo dos nossos alunos.
Toda colaboração é muito bem vinda.
Participem! Esse é o nosso espaço!

Dicas e manuais

Aqui disponibilizaremos manuais e dicas diversas para uso de computadores, notebooks e data show.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Hibridismo e a educação

Wanda Camargo

No século XV Gutenberg aperfeiçoou e tornou operacional a prensa móvel; com isso e a utilização do papel, os livros tornaram-se sensivelmente mais baratos que os manuscritos copiados à mão em pergaminho. A possibilidade de muito mais pessoas terem acesso ao conhecimento gerou ainda mais conhecimento e novas ideias, uma sinergia intelectual que a humanidade ainda não havia experimentado.

Dessa sinergia originaram-se os conceitos filosóficos, científicos e políticos que dominariam a cena nos séculos seguintes. A evolução da tecnologia, filha da ciência, culminou nas revoluções industriais e, já em nossos dias, na revolução da informação.

O armazenamento e o processamento rápido de dados, a propagação do uso dos computadores pessoais e a internet mudaram radicalmente nosso mundo. Os modos de produção são outros, são outras as relações de trabalho, até as relações pessoais estão em mutação.

Há pouco mais de quarenta anos, administradores, economistas, engenheiros e contadores usavam calculadoras de manivela, réguas de cálculo e tabelas de logaritmos para fazer o seu trabalho; o advento de calculadoras eletrônicas relativamente baratas praticamente aposentou aqueles recursos, mas não tornou desnecessários os profissionais que os usavam. Pelo contrário, equipamentos mais rápidos passam a demandar noções mais acuradas do que se pretende fazer com eles. Mesmo com os programas de desenho e de cálculo, não é "o computador que faz" projetos de edifícios, são engenheiros e arquitetos que os fazem, usando o computador como instrumento. Porém, mais que alguns anos atrás, estes profissionais precisam estar extremamente atualizados com as mais recentes descobertas, perfeitamente "antenados" com o estado da arte de sua área de atuação.

Neste mundo, onde as máquinas e os métodos tornam-se obsoletos quase na hora em que entram em operação, precisamos desenvolver nosso potencial de aprendizado contínuo. Estamos em crescente processo de hibridismo cultural, trocando informações de forma quase instantânea, misturando economias, gastronomia, diversão e até mesmo conceitos religiosos.

O idioma já não é um empecilho, nossos tradutores eletrônicos nos permitem acesso ao que de melhor (ou pior) é produzido mundialmente sobre qualquer assunto, nosso conhecimento compartilhado em rede supera as bibliotecas de nossa cidade embora não as torne desnecessárias.

É complexo estabelecer hoje aquilo que é, ou não, característico de nossa cultura, já que comer sushi é possível em cada esquina, e este é prato preferido de grande parte de nossos jovens. As roupas que usamos são vendidas na quase totalidade do planeta, boa parte dos autores que lemos tem obras disponíveis em livrarias de muitos países. O último avanço científico está nas páginas de nossos jornais diariamente.

Como ensinar nos dias atuais? Como aprender? O processo da hibridação cultural traz mescla de discursos, nem todos legítimos, alguns contraditórios, e, assim como as alterações na constituição da família e originalidade do exercício profissional, encaminham novos temas aos currículos escolares, novas resistências e confrontos. Na paleta pedagógica, a todos cabe a difícil arte de recontextualizar o cotidiano.

Wanda Camargo, Comissão do Processo Seletivo das Faculdades Integradas do Brasil - Unibrasil.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O que fazer com o computador na aula de português? [continuação]

Aqueles professores que já estão convencidos de que o computador tem seu lugar na escola se perguntam sobre qual é a melhor forma de usá-lo na aula de português. Afinal, o que fazer com ele?

Mais uma vez vale lembrar que, para usar o computador na sala de aula, é preciso desprender do que vem sendo feito na escola tradicionalmente há anos e vislumbrar uma nova realidade do ensino. Nessa nova realidade não há lugar para a decoreba nem para o que não é significativo para o aluno. O que está valendo são todas as tentativas de fazer com que o aprendiz se envolva na construção do seu próprio conhecimento. É também importante lembrar que a obtenção de resultados satisfatórios com o uso do computador depende de como esse equipamento está sendo usado. O computador não faz nada sozinho e nem faz milagres. Ele tem muitos recursos e nos dá acesso a uma infinidade de informações, no entanto, cabe ao professor planejar o uso desses recursos e informações em sua sala de aula.

Aqui estão algumas sugestões, entre inúmeras outras, para usar o computador na aula de português.

Uma delas seria fazer a home page da escola ou da turma na Internet. Home page é uma página ou conjunto de páginas da Internet. Nessa home page cada aluno teria seu espaço para se apresentar, falar de sua vida, seus hobbies, etc.; cada turma apresentaria suas descobertas, seus trabalhos, suas pesquisas, seus jornais, seus poemas, músicas, entre outras produções artísticas, exporia o calendário de eventos da escola, inclusive os eventos esportivos com direito a crônicas esportivas, tabelas, placares, prêmios, discussões, debates e tudo mais. Essa home page seria constantemente atualizada pelos alunos.

Outra sugestão é usar a Internet e CD Roms para fazer pesquisas. Os alunos podem pesquisar sobre assuntos relacionados a um tema que a turma escolher, por exemplo, esportes. Cada grupo pesquisa um esporte diferente ou jogadores de um mesmo esporte. Podem também pesquisar diferentes aspectos do mesmo esporte como regras, jogadores, campeões e campeonatos, história, etc. Feita a pesquisa os alunos vão fazer relatórios e apresentar para a turma. As informações colhidas e reescritas pelos alunos podem ser usadas para se fazer um mural, um livro ou serem colocadas na home page da escola. O mesmo pode ser feito em relação a qualquer outro assunto.

Os alunos podem também fazer visitas a museus e exposições como a Bienal de São Paulo. Cada grupo de alunos receberia, neste caso, a incumbência de pesquisar sobre um determinado autor ou arte de um país e apresentar sua pesquisa para os colegas.

Fazer o jornal da turma usando o editor de texto (Word) também é uma ótima atividade para ser feita nas aulas de português usando o computador. Esse jornal poderia conter notícias de economia, fofocas sobre os colegas, horóscopo, artigos feitos a partir das pesquisas dos alunos, etc. O editor de texto facilita a confecção do jornal, pois dispõe de inúmeros recursos que os alunos podem usar para fazer seu jornal parecer um jornal de verdade. Entre esses recursos podemos citar os diferentes tipos e tamanhos de letras, a possibilidade de trabalhar com colunas, a facilidade de inserir imagens, sem falar nos recursos de paginação, paragrafação, correção ortográfica, e na facilidade de modificar o texto sempre que isso se fizer necessário.

Muitas atividades podem ser feitas em forma de jogos como, por exemplo, o caso de o professor dar o nome de um quadro aos grupos de alunos, que devem encontrar na Internet o máximo de informações possíveis a respeito daquele quadro e do seu pintor, num espaço de tempo estipulado pelo professor. O grupo que encontrar mais informações será o vencedor. Depois, cada grupo apresenta para os colegas as informações que conseguiu encontrar. Uma variação dessa atividade é trabalhar com quadros diferentes do mesmo autor ou de autores diferentes para cada grupo.

O e-mail também pode oferecer oportunidades muito interessantes para o uso e reflexão sobre a nossa língua, a começar pelo estudo e discussão desse novo tipo de texto e das etiquetas da Net, que podem ser encontradas em qualquer provedor. Usando esse tipo de correio os alunos podem manter correspondência com alunos de outras escolas, além de poderem mandar perguntas e comentários aos autores vivos de livros e textos que eles leram ou estão discutindo. Os alunos podem também enviar comentários, críticas e sugestões para jornais da imprensa escrita ou falada através do correio eletrônico. As home pages normalmente incentivam a participação dos visitantes pedindo que eles mandem alguma sugestão, contribuam com informações relevantes aos assuntos das páginas, com críticas, etc., e o professor de português não pode deixar seus alunos perderem essas oportunidades reais de interação e uso da linguagem.

É importante lembrar que durante a realização dessas atividades professores e alunos deverão estar atentos à adequação e ao bom emprego dos elementos lingüísticos que estão sendo usados, como por exemplo, os elementos coesivos, a seleção lexical, a estruturação dos períodos, a organização do texto, entre outros.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A NOVA AULA DE PORTUGUÊS: O COMPUTADOR NA SALA DE AULA [continuação]

Falsos problemas

Nessa seção vamos tratar de algumas questões freqüentemente levantadas por professores. Essas questões não chegam a ser verdadeiros problemas por serem facilmente contornáveis.

Uma dessas questões é: E se o meu aluno encontrar uma informação que eu não conheço? Que bom! O professor não precisa se preocupar em saber tudo que o aluno pode encontrar usando o computador. Como saber tudo o que há na Internet ou em um CD Rom? Impossível.

Agora tudo é de verdade. O aluno não vai mais falar para os colegas nem para o professor coisas que os seus interlocutores já sabem. Os alunos vão pesquisar sobre assuntos do seu interesse e o professor vai aprender muito com isso. Nessa aula todo mundo vai aprender. O aluno também não vai precisar escrever sempre para leitores fictícios. Pelo contrário, o computador abre portas para comunicações verdadeiras, com os próprios colegas, com colegas de outras turmas, de outros colégios, de outros estados e até de países diferentes. Isso vai tornar a aula ainda mais interessante.

Ao professor cabe o papel de preparar bem as aulas oferecendo desafios e questões interessantes para os alunos, explorando da melhor maneira possível os recursos que o computador lhe oferece. Cabe a ele também estimular a reflexão crítica e competência dos alunos em relação aos elementos lingüísticos envolvidos nas leituras e produções de texto dos alunos.

Outra questão reflete o medo que se tem de danificar o equipamento e é a seguinte: E se os alunos estragarem o computador? Não é tão fácil assim estragar um computador. Mas o professor não deve deixar seus alunos à toa na frente de um, porque eles podem fazer algumas bobagens como procurar sites pornográficos na Internet, apagar programas, atrapalhar a configuração do computador, entre outras. As atividades precisam oferecer desafios aos alunos e os envolver tão profundamente que eles não tenham tempo nem de pensar em fazer bobagens. Estabelecer limites de tempo para a realização das tarefas assim como instaurar a competição entre os grupos pode trazer bons resultados nesse sentido.

Um trabalho de conscientização dos alunos também nunca é demais. É preciso lembrar sempre dos cuidados que se deve ter com essa aparelhagem e dos benefícios que esse equipamento traz para as aulas, tornando-as mais interessantes, atraentes, divertidas, etc. Envolver os próprios alunos na criação de uma campanha de conscientização em relação à necessidade de conservar os computadores pode trazer frutos positivos em relação ao cuidado dos alunos com essas máquinas.

A falta de um computador para cada um dos alunos da turma é também uma questão freqüentemente levantada e que merece ser discutida. Para usar o computador como instrumento de aprendizagem não é necessário que haja uma máquina para cada aluno, pelo contrário, o trabalho em pequenos grupos de 4 ou 5 alunos pode ser muito mais proveitoso, só depende da tarefa que o professor vai dar aos alunos. Talvez seja interessante alertar para o fato de que mais vale uma sala com 10 computadores do que 10 salas com um computador em cada uma. Se só há um computador em cada sala de aula, somente o professor vai usá-lo e certamente esse equipamento ficará subutilizado, sendo apenas um quadro-negro mais sofisticado. Mas se há computadores suficientes para que os alunos trabalhem em pequenos grupos e se o professor preparar tarefas que exijam que os grupos trabalhem como verdadeiras equipes, então o computador vai revolucionar a aula de português.

Uma atitude que pode evitar alguns problemas, quando da divisão dos grupos para trabalhar nos computadores, é o professor não deixar que um grupo se forme somente com os experts em computador, nem um grupo só com alunos que têm pouco domínio do equipamento. Caso isso aconteça vai haver um descompasso em relação ao tempo que os grupos vão gastar para realizar suas tarefas. O grupo de experts muito provavelmente vai terminar a atividade mais rapidamente, enquanto o grupo de inexperientes pode ficar entediado por não dominar bem a máquina e demorar demais para realizar a tarefa. Este é um problemas que pode acontecer quando os computadores ainda forem novidade para os alunos. Essa diferença entre experts e iniciantes tende a desaparecer depois de algum tempo de uso dos computadores. De qualquer forma é sempre bom o professor ter em mente tarefas extras para aqueles que concluírem a tarefa mais rapidamente.

E os textos mal escritos e com informações equivocadas que às vezes encontramos na Internet? Isso também não é problema. O professor que está consciente desse fato, alerta seus alunos para ele e, inclusive, usa os textos com problemas em discussões com os alunos a respeito do uso de mecanismos lingüísticos, da estruturação e organização dos textos, para fazer críticas à estrutura argumentativa, entre muitas outras reflexões que um texto mal escrito pode suscitar. E por que não fazer um trabalho interessante de reescrita desses textos? Cada grupo de alunos pode escolher um texto para apontar os problemas e propor soluções para os problemas encontrados. É justamente a riqueza na variedade de textos que se pode encontrar na Internet que a torna tão fascinante e tão útil ao professor de português.

Muitos professores argumentam que a informática não é realidade dos alunos. Esta é uma forte razão para se usar a informática na escola. Se em casa o aluno não vai ter acesso a esse equipamento, e conseqüentemente ao aprendizado que ele possibilita, é dever da escola viabilizar o acesso do aluno ao computador. O mundo profissional tem cobrado dos trabalhadores de todas as áreas conhecimento de informática, portanto, não dar esse conhecimento ao aluno é deixá-lo desde já fora do mercado de trabalho.

Além desses, muitos outros pseudo problemas podem ser discutidos mas haverá sempre uma boa maneira de resolvê-lo e uma boa razão para usar o computador na aula de português.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A nova aula de português: o computador na sala de aula [1]

Carla Viana Coscarelli[2]

Ninguém mais duvida que o computador é coisa do presente. O que parecia futuro há pouco tempo atrás já é realidade na sala de aula. O problema hoje é o que fazer com esse instrumental. Muitos professores ainda não sabem usar o computador, portanto, o primeiro passo é aprender a fazer isso. É preciso saber o que ele pode fazer, para depois saber o que fazer com ele. Isso não quer dizer que devemos saber tudo sobre computador. É preciso, pelo menos, ter intimidade com os recursos mais freqüentemente usados do editor de textos, porque o resto vamos aprendendo um pouco a cada dia de uso desse programa. Além disso, saber receber e enviar e-mails e saber navegar na Internet são condições indispensáveis para quem quer usar o computador na sala de aula.

Outro requisito é mudar a noção do que é uma aula de português. A aula de português, como tradicionalmente concebida, não existe mais. Ao invés de estudar português, os alunos vão aprender através do português. O português vai ser usado como instrumento para se aprender história, geografia, literatura, retórica, educação física, química, etc. Mais do que nunca a interdisciplinaridade vai tomar conta da escola. Isso significa que os alunos precisam saber, na leitura, produzir sentido “levando em conta os recursos lingüísticos presentes [no texto] e percebendo sua inter-relação” e, na escrita, “saber escolher e usar os recursos lingüísticos adequados aos propósitos da interlocução” (Costa Val, 1998:2).

Muitos professores ainda devem estar se perguntando sobre a gramática. Há muito que o estudo da gramática normativa como parâmetro classificatório de períodos, orações e termos deles não deveria ser objeto de estudo sistemático das aulas de português. Aos que ainda insistem em argumentar que o aluno precisa aprender gramática por causa dos concursos, sugiro uma reflexão: estamos preparando o nosso aluno para um concurso ou para a vida? Concursos, mais dia menos dia, vão mudar (muitos já mudaram) e o que será do aluno que só foi preparado para um determinado tipo de concurso?

Excluir da aula de português o estudo da gramática como uma metalinguagem usada unicamente com fins classificatórios, não significa, como andam dizendo por aí, que se deve jogar gramática no lixo. Usar a língua é usar a gramática dessa língua. Então não faz sentido, nem é possível, deixar a gramática de lado. Nem tão pouco é proibido o uso da nomenclatura da gramática tradicional. A gramática normativa deve ser, como os dicionários, um livro de consulta. Devemos ensinar os alunos a consultá-la sempre que houver dúvidas sobre a norma padrão culta e alertá-los para o fato de que ela não é a dona da verdade absoluta nem contém todas as respostas a respeito dessa variante da língua portuguesa. Para os casos de uso de uma linguagem não tão formal e para reflexão sobre muitas questões gramaticais, outras gramáticas, como a Gramática Descritiva do Português de Perini (1996) são muito apropriadas.

Deixar de lado o ensino tradicional da gramática como ele vem sendo feito há anos também não significa que as reflexões sobre a língua não existirão mais, muito pelo contrário, a reflexão sobre a língua em uso é o que deve ser feito. Aos alunos devem ser oferecidas atividades que os desafiem intelectualmente, estimulando-os a refletir sobre o funcionamento da linguagem e aproximando novamente o que nunca devia ter sido distanciado: a reflexão sobre os fatos gramaticais e o uso da língua.

Levando em conta essas considerações que acabamos de fazer, podemos assinalar como dever do novo professor de português fazer com que os alunos:

à tenham consciência das diferenças entre língua oral e escrita;

à saibam reconhecer e usar bem os diversos registros da língua, tanto escrita quanto oral, variando do mais formal ao mais informal;

à saibam ler e redigir os mais diversos tipos de texto (incluindo o e-mail e o hipertexto);

à saibam produzir textos adequados à situação e ao interlocutor a que se destinam;

à tenham o hábito e a capacidade de refletir sobre a linguagem nos seus mais diversos modos de utilização;

à ao invés de memorizar informação, saibam procurar e usar as informações de que precisam. [3]

Em suma, o aluno precisa saber ler e escrever bem, ou seja, precisa dominar a sua língua para que conquiste a autonomia da aprendizagem, que é, afinal de contas, o que queremos todos nós professores. O computador pode ser de grande ajuda nessa tarefa nada fácil, pois será o instrumental que ajudará o professor a propiciar as condições necessárias para os estudantes exercitarem a capacidade de procurar e selecionar informação, resolver problemas e aprender independentemente (Valente, 1989).



[1] Coscarelli, Carla V. A nova aula de português. Presença Pedagógica. Belo Horizonte, mar./abr., 1999.

[2] Professora do Departamento de Letras Vernáculas da FALE/UFMG

[3] Outros objetivos que poderiam ser acrescentados a essa lista estão na primeira versão do currículo do ensino fundamental (Cafiero, 1998).

terça-feira, 20 de julho de 2010

Recursos Tecnológicos e Educação: Amplitude de Possibilidades

Autor: Rosimar de Freitas Pessanha

Data: 12/05/2009

RESUMO

Destacaremos nesse estudo uma reflexão sobre a importância da tecnologia em sala de aula, bem como o interesse dos professores a se adaptarem à nova realidade educacional para integrar os recursos tecnológicos, como o computador e a internet à escola e à comunidade. A possibilidade de uma integração das tecnologias à educação requer do docente uma nova postura que levará o mesmo a rever sua prática em sala de aula, adequando os vários meios de informação à metodologia utilizada. Requer dos profissionais novas competências e atitudes para criar e recriar estratégias e situações de aprendizagem que possam tornar-se significativas para o aprendiz, sem perder de vista o foco da intencionalidade educacional. O uso dos recursos tecnológicos podem ser confundidas com a simples presença do computador e a qualidade da educação com políticas oficiais para a formação continuada dos educadores. Neste sentido, surge um profundo questionamento a respeito do aprender a aprender a integrar as tecnologias da informação de forma a promover mudanças no modo de ensinar, de aprender e de enxergar os jovens e crianças dessa geração. A pesquisa baseia-se em obras de autores como Moran ( 2002, 2004, 2007) , Valente (2001), Garcia Aretio (2004), Martins (1991) entre outros. O método utilizado foi pesquisa bibliográfica que traz a visão de vários autores especialistas no assunto.

Palavras Chaves: Novas tecnologias, educação, integração, possibilidades.

1. INTRODUÇÃO

Temos acompanhado, nas últimas décadas e, principalmente, os debates, que se ampliam constantemente, sobre os efeitos das contínuas e rápidas transformações da sociedade contemporânea no contexto escolar. Na era tecnológica, o professor que já não era o detentor do saber, perde mais um pouco onde o saber é gratuito nas ondas da internet. As relações entre aluno e professor se transformam em razão disso, passam a ser mais horizontal e sem lugar fixo. Tomar consciência dessas transformações extremamente profundas e das suas consequências constitui um desafio para o professor que não pode ser ignorado.

Há alguns anos atrás, supôs-se até que os computadores iriam tomar o emprego de milhões de professores; na realidade, mesmo nos países mais desenvolvidos, que dispõe de sistemas educacionais altamente informatizados, nunca se precisaram tanto de professores como hoje. A exigência está em qualificação profissional diante da modernização tecnológica que não podem ser obtidos através dos processos tradicionais de formação profissional, mas demanda novos requisitos, novos conceitos de eficiência.

O uso da tecnologia no contexto escolar requer a formação, o envolvimento e o compromisso de todos que atuam no processo educacional no sentido de repensar o processo de ensino e aprendizagem na e para a sociedade do conhecimento. Cada um tem um papel específico e o uso da tecnologia deve atender a todos, para que, juntos possam articular as ações em prol desenvolvimento global do aluno.

Nesse estudo, vamos abordar sobre o perfil do educador frente às inovações tecnológicas e como o ensino e aprendizagem devem ser vistos para atender as novas exigências da sociedade. Utilizando metodologia bibliográfica, este estudo faz uma análise de pesquisas de autores como Moran (2002, 2004, 2007), Valente (2001), Kyrillos (1998), Garcia Aretio (2004) entre outros, que retratam as novas necessidades requeridas para os profissionais em educação.

Por ser um tema atual, este estudo possibilita uma reflexão sobre dilemas e perspectivas para os educadores diante de uma sociedade em transformação e de uma nova geração mais exigente, mas que precisa aprender a ser capaz de atender às demandas dos novos ambientes de aprendizagem e ser capaz de perceber-se como parte de uma comunidade real ou virtual de aprendizagem colaborativa e desempenhar um novo papel nessa comunidade.

A educação à distância também é analisada como uma modalidade específica de ensino que surge com inúmeras vantagens de formação inicial e continuada de professores.

2. REFLEXÕES SOBRE O PERFIL DO NOVO EDUCADOR NA ERA TECNOLÓGICA

As drásticas mudanças e violentas transformações que estão ocorrendo no mundo têm sido característica marcante da última década, atingindo todo o âmago da sociedade, das instituições, das escolas e do ser humano. As novas descobertas e conquistas influenciaram e ainda influenciam as ciências, a arte, a economia, e todas as atividades do ser humano . Junto a elas vieram as contradições e problemas da vida atual. Com toda ciência e tecnologia de ponta ainda não foram suficientes para resolver os problemas e o mundo avança em direção à uma situação caótica. A fome, a miséria, a ignorância se alastram. A sociedade está caracterizada por um contexto de crises em todos os seus aspectos: cultural, social, político, econômico, científico, educacional e ambiental. É um momento de cisão, provocado principalmente por respostas insuficientes, que exigem reações rápidas e precisas para a sua solução e superação.

Esse contexto de crise e desigualdades exige uma revisão radical na nossa maneira de interpretar a realidade. Inseridas na sociedade, as instituições educacionais brasileiras atravessam um longo período de insatisfação, por parte de professores, alunos, pais e comunidades. Nesse sentido, a função da educação vai além da transmissão de conhecimentos científicos e técnicos. O que está em jogo é uma educação preparada para a formação de alunos que pense e aja diante dos problemas da sociedade atual e seja um agente de transformação dessa sociedade, tornando-a mais justa e igualitária. A tecnologia que está presente e evoluindo a cada dia deve ser posta diante desses alunos como um instrumento para ajudar a resolver tais problemas e não como uma simples diversão ou uma aula diferente.

Souza (1999: 23), fazendo uma análise sobre as possibilidades da comunicação em educação e da tecnologia como fundamental nesse contexto, afirma que:

Talvez a escola consiga, do mesmo modo que a comunicação como processo social, ultrapassar a idéia de tecnologias da comunicação como sendo determinantes do seu papel social. A compreensão da escola e da comunicação como construtora de significado da vida social, apesar dos meios ou devido a eles, dá-lhes novas razões de parceria.

Kyrillos (1998) procurando analisar a educação profissional e o mercado de trabalho quanto aos novos requisitos afirma que em função do avanço tecnológico frequente e constante, exige profissionais capazes e com aptidão intelectual para adaptar técnicas e até mesmo mudar de função ou profissão no decorrer de sua atuação, o que requer uma formação tecnológica que contemple uma sólida base humanista de modo a permitir uma boa integração interpessoal, um bom relacionamento humano, a adaptabilidade a novos e diferentes ambientes de trabalho, repletos de peculiaridades e não é diferente para o professor.

A atual situação da educação brasileira tem sido objeto de estudo e preocupação uma vez que nos deparamos com uma escola excludente e com um ambiente para confinar crianças e adolescente, enquanto seus pais trabalham. Segundo Moran (2008)

Os alunos estão prontos para a multimídia, os professores, em geral, não. Os professores sentem cada vez mais claro o descompasso no domínio das tecnologias e, em geral, tentam segurar o máximo que podem, fazendo pequenas concessões, sem mudar o essencial. Creio que muitos professores têm medo de revelar sua dificuldade diante do aluno. Por isso e pelo hábito mantêm uma estrutura repressiva, controladora, repetidora. Os professores percebem que precisam mudar, mas não sabem bem como fazê-lo e não estão preparados para experimentar com segurança. Muitas instituições também exigem mudanças dos professores sem dar-lhes condições para que eles as efetuem. Frequentemente algumas organizações introduzem computadores, conectam as escolas com a Internet e esperam que só isso melhore os problemas do ensino. Os administradores se frustram ao ver que tanto esforço e dinheiro empatados não se traduzem em mudanças significativas nas aulas e nas atitudes do corpo docente.

Pelo que se observam, os recursos tecnológicos de um modo geral provocaram e provocam grande preocupação para a maioria dos profissionais da educação.

O grande desafio do profissional da educação, mais do que utilizar tal ou qual recurso tecnológico é pautar-se em princípios que privilegiam a construção do conhecimento, o aprendizado significativo, interdisciplinar e integrador do pensamento racional, estético, ético e humanista. A escola precisa deixar de ser meramente uma agência transmissora de informação e focar sua intensionalidade na aprendizagem de fato. O foco da aprendizagem é a busca da informação significativa, da pesquisa, o desenvolvimento de projetos e não predominantemente a transmissão de conteúdos específicos. E a tecnologia está aí como um instrumento de amplas possibilidades.
Como afirma Veiga (apude MORAN, 2007)

É preciso evoluir para se progredir, e a aplicação da informática desenvolve os assuntos com metodologia alternativa, o que muitas vezes auxilia o processo de aprendizagem. O papel então dos professores não é apenas o de transmitir informações, é o de facilitador, mediador da construção do conhecimento. Então, o computador passa a ser o 'aliado' do professor na aprendizagem, propiciando transformações no ambiente de aprender e questionando as formas de ensinar ( 2007, p.2).

Desta forma os profissionais da educação de hoje devem mergulhar no novo modo de aprender e ensinar, onde todos são emissores e receptores de informação, logo educador e educando constroem juntos os conhecimentos, ensinando-se mutuamente.

Tendo em vista um processo de ensino e aprendizagem entendido como comunicação, diálogo e interação, nada melhor que assumir a importância e utilização dos recursos de multimeios nas práticas pedagógicas. Segundo Moran (2007) os professores podem ajudar os alunos incentivando-os a saber perguntar, a enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de sites, de avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes. Os professores podem focar mais a pesquisa do que dar respostas prontas. Podem propor temas interessantes e caminhar dos níveis mais simples de investigação para os mais complexos; das páginas mais coloridas e estimulantes para as mais abstratas; dos vídeos e narrativas impactantes para os contextos mais abrangentes e assim ajudar a desenvolver um pensamento arborescente, com rupturas sucessivas e uma reorganização semântica contínua.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tecnologia Educacional

O termo Tecnologia Educacional começa a ser empregado no campo da Educação no final dos anos 20 do século passado. O nascimento da tecnologia educativa ou educacional ou instrucional se dá através do emprego de materiais visuais, como filmes instrucionais. No princípio, os teóricos buscavam classificar os tipos de meios auxiliares visuais e dava-se ênfase a necessidade de que estes meios auxiliares estivessem integrados ao currículo.

A partir da Segunda Guerra Mundial, surgiram novas investigações e o campo teórico do uso de materiais audiovisuais se viu enriquecido com a teoria da comunicação, os conceitos de sistemas e das ciências do comportamento.

Nos anos setenta parecia que a comunidade científica, vinculada a Tecnologia Educacional (TE), havia alcançado um certo consenso conceitual e de conteúdo em torno dessa disciplina. Naquela época era entendida como um conjunto de procedimentos que, baseados no conhecimento científico, permitiam planejar e desenvolver programas educativos de modo sistemático e racional.

A TE havia sido configurada como a aplicação operacional de um conjunto de disciplinas (psicológicas, curriculares e filosóficas) para a melhora e incremento da eficácia dos processos de ensino auto-denominando-se como a ciência do planejamento do ensino.

A partir do final dos anos sessenta, a TE foi evoluindo, deixando um âmbito reducionista que focalizava somente os meios, até obter nos meados dos anos setenta uma visão de si mesma que reclamava converter-se em uma disciplina científica que teria o potencial de regular e prescrever a ação educativa.

Na década de oitenta começam a surgir e generalizar-se numerosos questionamentos, reflexões e críticas em torno do que havia sido a evolução da TE e da validade e utilidade da mesma para os sistemas educativos.

Tradicionalmente, pode-se estabelecer duas visões contrapostas sobre qual é a natureza e o objeto de estudo da TE: - uma centrada sobre um componente instrutivo "os meios audiovisuais" (própria dos anos cinquenta e sessenta); - outra, mais recente, e que surgiu como superação da anterior, sobre o ensino como processo tecnológico.

Hoje em dia se revisarmos o que se publicou sobre a Tecnologia Educacional descobriremos que ambas concepções seguem convivendo. Mais ainda, a visão da TE com a preocupação pelas "novas tecnologias da informação e da comunicação" parece predominar e transforma-se no objeto preferencial dos "tecnólogos" dos anos oitenta e noventa.


Ruy Ferreira

(texto de www.sobresites.com)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Bom dia colegas!
Reservamos esse espaço para uma maior divulgação de recursos que possam enriquecer as suas aulas, tornando-as atrativas ao novo universo dos nossos alunos.
Toda colaboração é muito bem vinda.
Participem! Esse é o nosso espaço!