Autor: Rosimar de Freitas Pessanha Data: 12/05/2009 |
RESUMO Destacaremos nesse estudo uma reflexão sobre a importância da tecnologia em sala de aula, bem como o interesse dos professores a se adaptarem à nova realidade educacional para integrar os recursos tecnológicos, como o computador e a internet à escola e à comunidade. A possibilidade de uma integração das tecnologias à educação requer do docente uma nova postura que levará o mesmo a rever sua prática em sala de aula, adequando os vários meios de informação à metodologia utilizada. Requer dos profissionais novas competências e atitudes para criar e recriar estratégias e situações de aprendizagem que possam tornar-se significativas para o aprendiz, sem perder de vista o foco da intencionalidade educacional. O uso dos recursos tecnológicos podem ser confundidas com a simples presença do computador e a qualidade da educação com políticas oficiais para a formação continuada dos educadores. Neste sentido, surge um profundo questionamento a respeito do aprender a aprender a integrar as tecnologias da informação de forma a promover mudanças no modo de ensinar, de aprender e de enxergar os jovens e crianças dessa geração. A pesquisa baseia-se em obras de autores como Moran ( 2002, 2004, 2007) , Valente (2001), Garcia Aretio (2004), Martins (1991) entre outros. O método utilizado foi pesquisa bibliográfica que traz a visão de vários autores especialistas no assunto. Palavras Chaves: Novas tecnologias, educação, integração, possibilidades. 1. INTRODUÇÃO Temos acompanhado, nas últimas décadas e, principalmente, os debates, que se ampliam constantemente, sobre os efeitos das contínuas e rápidas transformações da sociedade contemporânea no contexto escolar. Na era tecnológica, o professor que já não era o detentor do saber, perde mais um pouco onde o saber é gratuito nas ondas da internet. As relações entre aluno e professor se transformam em razão disso, passam a ser mais horizontal e sem lugar fixo. Tomar consciência dessas transformações extremamente profundas e das suas consequências constitui um desafio para o professor que não pode ser ignorado. Há alguns anos atrás, supôs-se até que os computadores iriam tomar o emprego de milhões de professores; na realidade, mesmo nos países mais desenvolvidos, que dispõe de sistemas educacionais altamente informatizados, nunca se precisaram tanto de professores como hoje. A exigência está em qualificação profissional diante da modernização tecnológica que não podem ser obtidos através dos processos tradicionais de formação profissional, mas demanda novos requisitos, novos conceitos de eficiência. O uso da tecnologia no contexto escolar requer a formação, o envolvimento e o compromisso de todos que atuam no processo educacional no sentido de repensar o processo de ensino e aprendizagem na e para a sociedade do conhecimento. Cada um tem um papel específico e o uso da tecnologia deve atender a todos, para que, juntos possam articular as ações em prol desenvolvimento global do aluno. Nesse estudo, vamos abordar sobre o perfil do educador frente às inovações tecnológicas e como o ensino e aprendizagem devem ser vistos para atender as novas exigências da sociedade. Utilizando metodologia bibliográfica, este estudo faz uma análise de pesquisas de autores como Moran (2002, 2004, 2007), Valente (2001), Kyrillos (1998), Garcia Aretio (2004) entre outros, que retratam as novas necessidades requeridas para os profissionais em educação. Por ser um tema atual, este estudo possibilita uma reflexão sobre dilemas e perspectivas para os educadores diante de uma sociedade em transformação e de uma nova geração mais exigente, mas que precisa aprender a ser capaz de atender às demandas dos novos ambientes de aprendizagem e ser capaz de perceber-se como parte de uma comunidade real ou virtual de aprendizagem colaborativa e desempenhar um novo papel nessa comunidade. A educação à distância também é analisada como uma modalidade específica de ensino que surge com inúmeras vantagens de formação inicial e continuada de professores. 2. REFLEXÕES SOBRE O PERFIL DO NOVO EDUCADOR NA ERA TECNOLÓGICA As drásticas mudanças e violentas transformações que estão ocorrendo no mundo têm sido característica marcante da última década, atingindo todo o âmago da sociedade, das instituições, das escolas e do ser humano. As novas descobertas e conquistas influenciaram e ainda influenciam as ciências, a arte, a economia, e todas as atividades do ser humano . Junto a elas vieram as contradições e problemas da vida atual. Com toda ciência e tecnologia de ponta ainda não foram suficientes para resolver os problemas e o mundo avança em direção à uma situação caótica. A fome, a miséria, a ignorância se alastram. A sociedade está caracterizada por um contexto de crises em todos os seus aspectos: cultural, social, político, econômico, científico, educacional e ambiental. É um momento de cisão, provocado principalmente por respostas insuficientes, que exigem reações rápidas e precisas para a sua solução e superação. Esse contexto de crise e desigualdades exige uma revisão radical na nossa maneira de interpretar a realidade. Inseridas na sociedade, as instituições educacionais brasileiras atravessam um longo período de insatisfação, por parte de professores, alunos, pais e comunidades. Nesse sentido, a função da educação vai além da transmissão de conhecimentos científicos e técnicos. O que está em jogo é uma educação preparada para a formação de alunos que pense e aja diante dos problemas da sociedade atual e seja um agente de transformação dessa sociedade, tornando-a mais justa e igualitária. A tecnologia que está presente e evoluindo a cada dia deve ser posta diante desses alunos como um instrumento para ajudar a resolver tais problemas e não como uma simples diversão ou uma aula diferente. Souza (1999: 23), fazendo uma análise sobre as possibilidades da comunicação em educação e da tecnologia como fundamental nesse contexto, afirma que: Talvez a escola consiga, do mesmo modo que a comunicação como processo social, ultrapassar a idéia de tecnologias da comunicação como sendo determinantes do seu papel social. A compreensão da escola e da comunicação como construtora de significado da vida social, apesar dos meios ou devido a eles, dá-lhes novas razões de parceria. Kyrillos (1998) procurando analisar a educação profissional e o mercado de trabalho quanto aos novos requisitos afirma que em função do avanço tecnológico frequente e constante, exige profissionais capazes e com aptidão intelectual para adaptar técnicas e até mesmo mudar de função ou profissão no decorrer de sua atuação, o que requer uma formação tecnológica que contemple uma sólida base humanista de modo a permitir uma boa integração interpessoal, um bom relacionamento humano, a adaptabilidade a novos e diferentes ambientes de trabalho, repletos de peculiaridades e não é diferente para o professor. |
A atual situação da educação brasileira tem sido objeto de estudo e preocupação uma vez que nos deparamos com uma escola excludente e com um ambiente para confinar crianças e adolescente, enquanto seus pais trabalham. Segundo Moran (2008)
Os alunos estão prontos para a multimídia, os professores, em geral, não. Os professores sentem cada vez mais claro o descompasso no domínio das tecnologias e, em geral, tentam segurar o máximo que podem, fazendo pequenas concessões, sem mudar o essencial. Creio que muitos professores têm medo de revelar sua dificuldade diante do aluno. Por isso e pelo hábito mantêm uma estrutura repressiva, controladora, repetidora. Os professores percebem que precisam mudar, mas não sabem bem como fazê-lo e não estão preparados para experimentar com segurança. Muitas instituições também exigem mudanças dos professores sem dar-lhes condições para que eles as efetuem. Frequentemente algumas organizações introduzem computadores, conectam as escolas com a Internet e esperam que só isso melhore os problemas do ensino. Os administradores se frustram ao ver que tanto esforço e dinheiro empatados não se traduzem em mudanças significativas nas aulas e nas atitudes do corpo docente.
Pelo que se observam, os recursos tecnológicos de um modo geral provocaram e provocam grande preocupação para a maioria dos profissionais da educação.
O grande desafio do profissional da educação, mais do que utilizar tal ou qual recurso tecnológico é pautar-se em princípios que privilegiam a construção do conhecimento, o aprendizado significativo, interdisciplinar e integrador do pensamento racional, estético, ético e humanista. A escola precisa deixar de ser meramente uma agência transmissora de informação e focar sua intensionalidade na aprendizagem de fato. O foco da aprendizagem é a busca da informação significativa, da pesquisa, o desenvolvimento de projetos e não predominantemente a transmissão de conteúdos específicos. E a tecnologia está aí como um instrumento de amplas possibilidades.
Como afirma Veiga (apude MORAN, 2007)
É preciso evoluir para se progredir, e a aplicação da informática desenvolve os assuntos com metodologia alternativa, o que muitas vezes auxilia o processo de aprendizagem. O papel então dos professores não é apenas o de transmitir informações, é o de facilitador, mediador da construção do conhecimento. Então, o computador passa a ser o 'aliado' do professor na aprendizagem, propiciando transformações no ambiente de aprender e questionando as formas de ensinar ( 2007, p.2).
Desta forma os profissionais da educação de hoje devem mergulhar no novo modo de aprender e ensinar, onde todos são emissores e receptores de informação, logo educador e educando constroem juntos os conhecimentos, ensinando-se mutuamente.
Tendo em vista um processo de ensino e aprendizagem entendido como comunicação, diálogo e interação, nada melhor que assumir a importância e utilização dos recursos de multimeios nas práticas pedagógicas. Segundo Moran (2007) os professores podem ajudar os alunos incentivando-os a saber perguntar, a enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de sites, de avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes. Os professores podem focar mais a pesquisa do que dar respostas prontas. Podem propor temas interessantes e caminhar dos níveis mais simples de investigação para os mais complexos; das páginas mais coloridas e estimulantes para as mais abstratas; dos vídeos e narrativas impactantes para os contextos mais abrangentes e assim ajudar a desenvolver um pensamento arborescente, com rupturas sucessivas e uma reorganização semântica contínua.
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