Bom dia colegas!
Reservamos esse espaço para uma maior divulgação de recursos que possam enriquecer as suas aulas, tornando-as atrativas ao novo universo dos nossos alunos.
Toda colaboração é muito bem vinda.
Participem! Esse é o nosso espaço!

Dicas e manuais

Aqui disponibilizaremos manuais e dicas diversas para uso de computadores, notebooks e data show.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Em tempos de nativos digitais: a inovação educacional

Muito se tem avançado emrelação ao uso pedagógico crítico da tecnologia, mas uma das principais mudanças observada é que hoje os alunos já nasceram em tempos de computadores, celulares, televisão digital e, como se não bastasse, de Internet. Diferentes de nós, "Imigrantes Digitais", eles são os legítimos "Nativos Digitais". (Prensky, 2001)

Os alunos de hoje dificilmente recusam a utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) na aprendizagem. Para eles, as TIC não representam uma barreira à aprendizagem, pois são instrumentos que eles conhecem desde sempre, que apreciam e que dominam com naturalidade. Por outro lado, os docentes, em sua maioria, ainda são da mesma geração da década de 90, que não conviveram com as TIC desde pequenos e aprenderam a aprender e a ensinar com outros tipos de recursos. Os professores, então, têm de se adaptar ao mundo das tecnologias e muitas vezes, têm dificuldade em "tirar os pés totalmente do passado", como um imigrante.

Eduardo Chaves em seu artigo "Filosofia da Educação: Um Encontro Possível entre o Professor e a Tecnologia", escrito em 2000 (há dez anos!), propôs que o maior desafio para o uso pedagógico da tecnologia "não é o custo do equipamento, não é a inexistência de software adequado e não é a dificuldade técnica de capacitar o professor no manejo dessa tecnologia", mas sim a falta de consenso sobre o conceito de educação e, consequentemente, sobre o papel da escola e deles próprios, os professores, dentro da escola. Assim, dificilmente eles estarão em acordo em relação ao uso que deve ser feito do computador nesse ambiente. Vale ressaltar que nessa época, em 2000, o uso da Internet ainda era muito restrito. A Web 2.0 ainda não havia sequer dado sinal de vida.

Nesse mesmo artigo, Chaves menciona outro artigo seu publicado em 1983 (há mais de 20 anos!) em que dizia que “fundamentalmente, a controvérsia maior ocorre entre os que defendem a utilização do computador basicamente como um instrumento de ensino e os que defendem a utilização do computador basicamente como uma ferramenta de aprendizagem. Pode parecer que a questão não é tão fundamental assim e que tudo não passaria de uma questão de ênfase. Contudo, há aspectos importantes por detrás destas colocações”.

A concepção de educação que enfoca o ensino, está fundamentada na visão Durkheimniana de que a educação é um processo de transmissão de conhecimentos de uma geração a outra, preservando a tradição cultural de um grupo e reproduzindo as estruturas sociais. Essa visão foi duramente criticada pelos escolanovistas e, no Brasil, encontrou possivelmente em Paulo Freire o seu maior oponente. Nessa perspectiva, a tecnologia tem uma utilidade pedagógica um tanto quanto limitada. Como ferramenta de ensino, ela é bastante utilizada como instrumento de acesso à informação, ao conhecimento historicamente produzido, e só.

Do outro lado, encontramos a concepção de educação que enfoca a aprendizagem como principal elemento. Nessa concepção, o professor deixa de ser o "transmissor", e passa a ser o facilitador, mediador da aprendizagem. Conforme sugere Freire, a aprendizagem não se dá em processos individuais, mas na interação com o outro, com o mundo. Nesse contexto a tecnologia adquire outra dimensão. Uma ferramenta que possibilite não apenas a interação entre aluno - professor, inclusive em outros ambientes além da sala de aula, mas também entre aluno - aluno e aluno - mundo simultaneamente, é bastante bem-vinda. Nessa perspectiva a tecnologia é essencialmente uma ferramenta de aprendizagem.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Webcidania: converse com os candidatos pelo Twitter


Desafio 4 da Pauta

"Eu na Eleição = webcidadania"

Você é um cidadão! E pode aproveitar as eleições para falar diretamente com os candidatos, políticos e com os partidos. Pode fazer perguntas, dar sugestões e cobrar pela atuação (ou falta de atuação) deles usando o Twitter. Torne-se um webcidadão!Como?

1 - Escolha o/a(s) candidato/a(s), político/a(s) ou partido(s) político(s) para o/a(s) qual(ais) deseja enviar uma mensagem pelo Twitter.

2 - Caso não tenha o Twitter dele(a), faça uma pesquisa para descobrir. Como?

Uma dica é usar o Google. Coloque no campo de pesquisa o nome do partido, ou do(a) candidato(a) ou do(a) político(a). Nos sites que encontrar pode haver a informação de qual é o Twitter dele/a(s).

Outra maneira é usar uma ferramenta do Twitter para localização de pessoas e instituições. Depois de fazer o login no seu Twitter, clique em "Find People", digite o nome que procura e clique em "Search". Estas orientações constam do tutorial sobre uso do Twitter, publicado aqui no Minha Terra: veja.

Você pode experimentar outras formas de localizar estas informações! Use sua criatividade e seus conhecimentos!

3 - Agora que você já tem o Twitter dele(a), é só enviar sua mensagem. Você ainda não tem o seu Twitter? Então crie um agora!Veja como.

Para enviar sua mensagem, é muito importante escrever, antes da mensagem, o perfil do destinatário (@ seguido do nome do destinatário escolhido e localizado por você) e a tag (marca)#eunaeleicao (não se usa ç nem acentos no Twitter).

Em seguida, digite sua pergunta, seu comentário, sua sugestão ou mesmo a sua cobrança! O desafio é ainda maior porque você só tem 140 caracteres de espaço para construir sua mensagem!Exemplo: "@fulano #eunaeleicao sugiro ajudar mais os idosos com leis sobre saúde familiar para não precisarem sair de casa e irem até hospitais"

4 - Conte no blog do Minha Terra sobre sua ação e também se recebeu alguma resposta, copiando-a em sua mensagem. Aproveite para nos enviar, através do Twitter, a resposta que recebeu, incluindo na mensagem o perfil @minhaterra.

Parabéns! Você agora é um Webcidadão: ainda não pode votar, mas já está ajudando o Brasil a melhorar, atuando politicamente por meio da internet.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Seis Pilares da Educação Digital - PED

* Busca de informações (pesquisa da informação)

* Organização, armazenamento e recuperação das informações encontradas (gestão da informação)

* Análise, processamento e avaliação das informações (tratamento da informação)

* Troca e permuta das informações em contextos interpessoais (compartilhamento da informação)

* Divulgação oral e escrita da informação em contextos públicos (disseminação da informação)

* Discussão e debate da informação (crítica da informação)

De Eduardo Chaves.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Explorando Mensagens Instantâneas (SMS)

Todos com seus aparelhos e já com a agenda organizada, a proposta é escrever textos da maneira formal e, num segundo momento, mensagens instantâneas. Nesta atividade, o professor deve enfatizar a norma culta de linguagem, conversar sobre os diferentes tipos de textos, sua objetividade, coerência e como escrever de forma clara e concisa.
Para que todos participem da atividade, pode ser realizado um sorteio: cada um terá de escrever para o colega sorteado, sem se identificar. Ao receber a mensagem, o aluno a lê e cabe à classe adivinhar quem escreveu.
Os bilhetes escritos em papel ou em forma de mensagem de texto, no celular, podem ser transcritos na lousa, pelo professor que, junto com as crianças, analisará se é compreensível,
se está coerente e se está escrito corretamente.
Alertamos, mais uma vez, que cabe ao professor orientar seus alunos para não escrever termos pejorativos, mantendo em seus bilhetes e mensagens o respeito para com o colega.
O professor pode participar da dinâmica, enviando mensagens surpresas à turma.
Outra atividade interessante é o ditado digital. Para trabalhar ortografia, o professor dita e as crianças escreverão no celular. Depois, deve ser feita a correção na lousa e a cópia em folha previamente preparada.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Celular e a Matemática

Os aparelhos possuem calculadoras e a proposta é que o professor ensine às crianças a utilizarem tal recurso. Em seguida, lançar situaçõe-sproblemas para resolverem da forma tradicional e, também, usando a calculadora do celular. O professor deve intervir sempre que necessário, lançando questões como: o resultado foi o mesmo? Qual está correto? Deve incentivar a turma
a raciocinar, interpretar e compreender as situações propostas, enfatizando que só a calculadora não é suficiente, se não houver o raciocínio e a interpretação correta do problema.
Mesmo tendo sido utilizada a calculadora, é fundamental a correção feita no quadro pelo professor. Pode-se, ainda, pesquisar com os alunos o custo das ligações e comparar os planos de diferentes operadoras.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

PROJETO “CELULAR NA ESCOLA”


Objetivos:
• Desenvolver atividades interdisciplinares utilizando o aparelho celular como recurso de estímulo.
• Incentivar a aprendizagem numa linguagem atual e dinâmica, aproximando-se da realidade e dos interesses do aluno.
• Questionar a utilização do aparelho celular: é indispensável? Como, onde, quando e para que usá-lo?
• Conhecer e debater o avanço dos meios de comunicação.
• Respeitar a diversidade com o reconhecimento das variadas classes sociais que se refletem nos inúmeros modelos de aparelho.
• Lançar questões que levem o aluno a refletir sobre a utilização inadequada do celular dentro da comunidade escolar.
• Analisar as diferenças entre a linguagem formal e aquela utilizada em mensagens instantâneas que, a cada dia, se propagam, contaminando as novas gerações. Despertando o interesse
• Apresentar o tema à classe, após autorização dos pais e responsáveis. Combinar com o grupo os dias em que serão utilizados os aparelhos em sala de aula.
• Com todos munidos de seus aparelhos, inclusive o professor, organizar os alunos em círculo para que apresentem seu celular aos demais. Lançar questões como:
– O aparelho é seu ou dos seus pais?
– Quando o ganhou?
– Quais recursos do aparelho você utiliza? Com qual frequência utiliza o celular?
– Seus pais impõem alguma limitação para uso do aparelho? Quais? Você concorda? Por quê?
• Juntamente com os alunos, analisar os diferentes modelos de aparelho, enfatizando que a função básica é igual em todos e há de se respeitar as preferências e condições de cada usuário.
O professor não deve permitir que haja piadas, deboches ou comentários preconceituosos pela falta ou inferioridade de modelo do aparelho ou de exibicionismo, no caso contrário.
• Criar um cartaz de utilização do celular que deverá ficar afixado na sala de aula durante o desenvolvimento do projeto. Os alunos, com a orientação do professor, completarão a tabela de forma coerente:

Onde usar?
Como usar?
Quando usar?
Por que usar?

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

ESCOLA E CELULAR EM DISCURSO AFINADO

Há uma grande identificação das novas gerações com o avanço tecnológico. As crianças de hoje são “plugadas” e utilizam-se de todos os benefícios e comodidades dos meios de comunicação modernos, que muitas vezes são parte indispensável de seu cotidiano.
Um dos problemas quanto ao uso das tecnologias nas escolas é a falta de professores capacitados para ensinar e extrair ao máximo os benefícios proporcionados por elas. Ainda existem aqueles resistentes em trazer para a sala de aula tais inovações, uma lástima, pois é nítido que o trabalho
se torna mais envolvente, criativo e estimulante. Todavia, tal resistência ocorre no Brasil. Em outros países, já existe a prática de ensinar valores usando as novas mídias, para tornar o aprendizado mais dinâmico e interessante. Já foi até criado um nome para o método de ensino via celular e outras tecnologias móveis – o M-learning. A Escola Secundária Carlos Amarante-Braga, de Portugal, por exemplo, está superantenada com essa tendência.
Pesquisando sobre o tema, encontramos muitos artigos brasileiros defendendo a proibição do aparelho no âmbito escolar. Já segundo Maurício Petinelli, educador da SDA Pesquisas em Educação, usar o celular de maneira didática depende dos “combinados” entre professor e aluno.
O educador deve propor as regras antes. Assim ele cumpre a função de facilitador e, ao mesmo tempo, dá ao aluno responsabilidade e autonomia para realizar a proposta pedagógica.
Concordamos com ele e lembramos a afirmação de Paulo Freire: “Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. Logo, é
preciso ter espírito aprendiz, conhecer os alunos, o tempo em que vivemos, as novas possibilidades que se apresentam, transformando nossa prática.
Por tudo isso, pensamos em uma sequência de atividades simples baseadas no telefone celular para atrair os alunos e dar um up grade nas aulas. Criamos um projeto para trabalhar com alunos já alfabetizados do 1° e 2° ciclo do Ensino Fundamental, com duração de, aproximadamente,
um mês, podendo estender-se durante todo o ano letivo.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dados interessantes


  • Internet na medicina reduz em 50% ida de pacientes para grandes centros

  • Redes sociais terão 800 milhões de usuários até 2010

  • Mais de 45 milhões de brasileiros usam redes sociais para compartilhar no Brasil

  • 29% dos brasileiros entre 10 e 17 anos declararam preferir falar com amigos e família online do que pessoalmente.

  • Jovens de 12 a 17 anos ficam em média 70 horas on-line por mês, o equivalente há 140 minutos por dia.

  • 13 horas por semana (111 minutos por dia ou 79% do total) são em sites de relacionamento.

  • Redes sociais são rotina para 72% dos adolescentes.

  • 66% dos pais monitoram a vida dos filhos na internet.

  • Brasil é o segundo país com mais usuários no Twitter.

  • Redes sociais serão maior alvo de ataque virtual neste ano 2010.

  • Sexo e pornografia estão entre as 5 palavras mais buscadas na web.

  • 43% dos internautas já visualizaram conteúdo pornográfico na rede.

  • Só 3% dos sites de conteúdo adulto solicitam a idade do internauta.

  • 35% de todos os downloads feitos a partir da internet são de conteúdo pornográfico.

  • Segundo relatório da empresa de monitoramento de internet Pingdom, 81% dos e-mails enviados no mundo em 2009 foram spam.

  • 90 trilhões número de e-mails enviados em 2009.

  • 247 bilhões, média de e-mails enviados por dia.

  • 1,4 bilhão é o número de usuários de e-mail em todo mundo.

  • 100 milhões de internautas abriram contas de e-mail no ano de 2009.

  • 92% pico do nível de spam registrado no fim do ano.

  • 24% crescimento no volume de spam de 2008 para 2009.

  • 200 bilhões é o número de spams que circulam por dia no mundo.

  • 234 milhões de sites na internet em dezembro de 2009.

  • 47 milhões de sites foram criados em 2009.

  • 126 milhões de blogs estão ativos na web.

  • 27,3 milhões tweets (mensagens) por dia no Twitter.

  • 350 milhões de pessoas estão no Facebook.

  • 4 bilhões de fotos hospedadas no Flickr (em outubro de 2009).

  • 2,5 bilhões de fotos colocadas no Facebook todo mês.

  • 1 bilhão é o total de vídeos que o Youtube apresenta por dia.

  • 82% é o percentual de internautas que veem vídeos online.
Dados coletados do "www.internetresponsavel.com.br".

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Pesquisa derruba o mito de que professores mais jovens usam mais tecnologia em sala de aula

A idade do professor, ou sua experiência no magistério, e até mesmo o grande ou pequeno acesso que esse professor tenha às novidades tecnológicas, não tem nenhuma relação com o uso mais ou menos freqüente de recursos tecnológicos que esse professor venha a fazer em salas de aula. A pesquisa está sendo estudada pela Associação Brasileira de Tecnologia Educacional e possivelmente será debatida num dos painéis do próximo Congresso Brasileiro de Tecnologia Educacional, que se realizará em novembro, no Rio de Janeiro.
Esta é uma das conclusões de um estudo realizado por pesquisadores da Walden University (EUA). A pesquisa foi feita com mil professores nos Estados Unidos com o objetivo de apurar como se dá o relacionamento do corpo docente com o uso da tecnologia. Foram considerados equipamentos como projetores de LCD, laptops, telas interativas, câmeras digitais, vídeo-câmeras, aparelhos de acesso móvel, todos conectados à internet. A pesquisa dividiu os professores em quatro grupos de usuários de tecnologia: os usuários frequentes, os moderados, os esporádicos e os que não costumam utilizar a tecnologia. Constatou que há muito pouca diferença entre os quatro grupos por perfil de professores. Enquanto entre os usuários freqüentes o grupo dos que têm 1 a 5 anos de experiência com o magistério é de apenas 4%; no grupo dos que não costumam utilizar tecnologia esses professores com pouca experiência alcançam um percentual similar, de 6%. Já o grupo dos que têm muita experiência (mais de dez anos de magistério) representa 72% entre os usuários freqüentes e 74% entre os que não costumam utilizar a tecnologia. Portanto, não foi encontrada alguma relação significativa entre experiência e o uso de tecnologia. A pesquisa investigou ainda se a acessibilidade a equipamentos tecnológicos (a disponibilização ou não de equipamentos pela escola para o professor utilizar em sala) tem alguma relação com o uso ou não dos equipamentos e também constatou pouca relação entre uma e outra variável. Quando perguntados sobre por que deixam de utilizar tecnologia em sala por mais de uma semana, quase metade (49%) respondeu que a tecnologia não é necessária para suas aulas. Outros responderam que não sabem como utilizar ou que o uso daquele tipo de tecnologia à disposição não seria apropriada à sua disciplina. Apenas 7% disseram que não utilizam porque o equipamento não está disponível, e outros 22% disseram que o equipamento está disponível, porém com uma acessibilidade limitada. Segundo os pesquisadores, o uso ou não de tecnologia tem mais relação com o interesse individual de cada professor em utilizar, e também com o tipo de disciplina. Constatou-se, por exemplo que professores de disciplinas relacionadas a ciências ou a ciências sociais costumam utilizar mais a tecnologia em sala de aula do que professores de línguas ou de artes

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Caros colegas da Escola de Formação dos Professores Ingressantes, não deixem de entrar no AVA e realizar suas atividades. Já estão postados exercícios para a realização.
Boa sorte a todos!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Hibridismo e a educação

Wanda Camargo

No século XV Gutenberg aperfeiçoou e tornou operacional a prensa móvel; com isso e a utilização do papel, os livros tornaram-se sensivelmente mais baratos que os manuscritos copiados à mão em pergaminho. A possibilidade de muito mais pessoas terem acesso ao conhecimento gerou ainda mais conhecimento e novas ideias, uma sinergia intelectual que a humanidade ainda não havia experimentado.

Dessa sinergia originaram-se os conceitos filosóficos, científicos e políticos que dominariam a cena nos séculos seguintes. A evolução da tecnologia, filha da ciência, culminou nas revoluções industriais e, já em nossos dias, na revolução da informação.

O armazenamento e o processamento rápido de dados, a propagação do uso dos computadores pessoais e a internet mudaram radicalmente nosso mundo. Os modos de produção são outros, são outras as relações de trabalho, até as relações pessoais estão em mutação.

Há pouco mais de quarenta anos, administradores, economistas, engenheiros e contadores usavam calculadoras de manivela, réguas de cálculo e tabelas de logaritmos para fazer o seu trabalho; o advento de calculadoras eletrônicas relativamente baratas praticamente aposentou aqueles recursos, mas não tornou desnecessários os profissionais que os usavam. Pelo contrário, equipamentos mais rápidos passam a demandar noções mais acuradas do que se pretende fazer com eles. Mesmo com os programas de desenho e de cálculo, não é "o computador que faz" projetos de edifícios, são engenheiros e arquitetos que os fazem, usando o computador como instrumento. Porém, mais que alguns anos atrás, estes profissionais precisam estar extremamente atualizados com as mais recentes descobertas, perfeitamente "antenados" com o estado da arte de sua área de atuação.

Neste mundo, onde as máquinas e os métodos tornam-se obsoletos quase na hora em que entram em operação, precisamos desenvolver nosso potencial de aprendizado contínuo. Estamos em crescente processo de hibridismo cultural, trocando informações de forma quase instantânea, misturando economias, gastronomia, diversão e até mesmo conceitos religiosos.

O idioma já não é um empecilho, nossos tradutores eletrônicos nos permitem acesso ao que de melhor (ou pior) é produzido mundialmente sobre qualquer assunto, nosso conhecimento compartilhado em rede supera as bibliotecas de nossa cidade embora não as torne desnecessárias.

É complexo estabelecer hoje aquilo que é, ou não, característico de nossa cultura, já que comer sushi é possível em cada esquina, e este é prato preferido de grande parte de nossos jovens. As roupas que usamos são vendidas na quase totalidade do planeta, boa parte dos autores que lemos tem obras disponíveis em livrarias de muitos países. O último avanço científico está nas páginas de nossos jornais diariamente.

Como ensinar nos dias atuais? Como aprender? O processo da hibridação cultural traz mescla de discursos, nem todos legítimos, alguns contraditórios, e, assim como as alterações na constituição da família e originalidade do exercício profissional, encaminham novos temas aos currículos escolares, novas resistências e confrontos. Na paleta pedagógica, a todos cabe a difícil arte de recontextualizar o cotidiano.

Wanda Camargo, Comissão do Processo Seletivo das Faculdades Integradas do Brasil - Unibrasil.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O que fazer com o computador na aula de português? [continuação]

Aqueles professores que já estão convencidos de que o computador tem seu lugar na escola se perguntam sobre qual é a melhor forma de usá-lo na aula de português. Afinal, o que fazer com ele?

Mais uma vez vale lembrar que, para usar o computador na sala de aula, é preciso desprender do que vem sendo feito na escola tradicionalmente há anos e vislumbrar uma nova realidade do ensino. Nessa nova realidade não há lugar para a decoreba nem para o que não é significativo para o aluno. O que está valendo são todas as tentativas de fazer com que o aprendiz se envolva na construção do seu próprio conhecimento. É também importante lembrar que a obtenção de resultados satisfatórios com o uso do computador depende de como esse equipamento está sendo usado. O computador não faz nada sozinho e nem faz milagres. Ele tem muitos recursos e nos dá acesso a uma infinidade de informações, no entanto, cabe ao professor planejar o uso desses recursos e informações em sua sala de aula.

Aqui estão algumas sugestões, entre inúmeras outras, para usar o computador na aula de português.

Uma delas seria fazer a home page da escola ou da turma na Internet. Home page é uma página ou conjunto de páginas da Internet. Nessa home page cada aluno teria seu espaço para se apresentar, falar de sua vida, seus hobbies, etc.; cada turma apresentaria suas descobertas, seus trabalhos, suas pesquisas, seus jornais, seus poemas, músicas, entre outras produções artísticas, exporia o calendário de eventos da escola, inclusive os eventos esportivos com direito a crônicas esportivas, tabelas, placares, prêmios, discussões, debates e tudo mais. Essa home page seria constantemente atualizada pelos alunos.

Outra sugestão é usar a Internet e CD Roms para fazer pesquisas. Os alunos podem pesquisar sobre assuntos relacionados a um tema que a turma escolher, por exemplo, esportes. Cada grupo pesquisa um esporte diferente ou jogadores de um mesmo esporte. Podem também pesquisar diferentes aspectos do mesmo esporte como regras, jogadores, campeões e campeonatos, história, etc. Feita a pesquisa os alunos vão fazer relatórios e apresentar para a turma. As informações colhidas e reescritas pelos alunos podem ser usadas para se fazer um mural, um livro ou serem colocadas na home page da escola. O mesmo pode ser feito em relação a qualquer outro assunto.

Os alunos podem também fazer visitas a museus e exposições como a Bienal de São Paulo. Cada grupo de alunos receberia, neste caso, a incumbência de pesquisar sobre um determinado autor ou arte de um país e apresentar sua pesquisa para os colegas.

Fazer o jornal da turma usando o editor de texto (Word) também é uma ótima atividade para ser feita nas aulas de português usando o computador. Esse jornal poderia conter notícias de economia, fofocas sobre os colegas, horóscopo, artigos feitos a partir das pesquisas dos alunos, etc. O editor de texto facilita a confecção do jornal, pois dispõe de inúmeros recursos que os alunos podem usar para fazer seu jornal parecer um jornal de verdade. Entre esses recursos podemos citar os diferentes tipos e tamanhos de letras, a possibilidade de trabalhar com colunas, a facilidade de inserir imagens, sem falar nos recursos de paginação, paragrafação, correção ortográfica, e na facilidade de modificar o texto sempre que isso se fizer necessário.

Muitas atividades podem ser feitas em forma de jogos como, por exemplo, o caso de o professor dar o nome de um quadro aos grupos de alunos, que devem encontrar na Internet o máximo de informações possíveis a respeito daquele quadro e do seu pintor, num espaço de tempo estipulado pelo professor. O grupo que encontrar mais informações será o vencedor. Depois, cada grupo apresenta para os colegas as informações que conseguiu encontrar. Uma variação dessa atividade é trabalhar com quadros diferentes do mesmo autor ou de autores diferentes para cada grupo.

O e-mail também pode oferecer oportunidades muito interessantes para o uso e reflexão sobre a nossa língua, a começar pelo estudo e discussão desse novo tipo de texto e das etiquetas da Net, que podem ser encontradas em qualquer provedor. Usando esse tipo de correio os alunos podem manter correspondência com alunos de outras escolas, além de poderem mandar perguntas e comentários aos autores vivos de livros e textos que eles leram ou estão discutindo. Os alunos podem também enviar comentários, críticas e sugestões para jornais da imprensa escrita ou falada através do correio eletrônico. As home pages normalmente incentivam a participação dos visitantes pedindo que eles mandem alguma sugestão, contribuam com informações relevantes aos assuntos das páginas, com críticas, etc., e o professor de português não pode deixar seus alunos perderem essas oportunidades reais de interação e uso da linguagem.

É importante lembrar que durante a realização dessas atividades professores e alunos deverão estar atentos à adequação e ao bom emprego dos elementos lingüísticos que estão sendo usados, como por exemplo, os elementos coesivos, a seleção lexical, a estruturação dos períodos, a organização do texto, entre outros.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A NOVA AULA DE PORTUGUÊS: O COMPUTADOR NA SALA DE AULA [continuação]

Falsos problemas

Nessa seção vamos tratar de algumas questões freqüentemente levantadas por professores. Essas questões não chegam a ser verdadeiros problemas por serem facilmente contornáveis.

Uma dessas questões é: E se o meu aluno encontrar uma informação que eu não conheço? Que bom! O professor não precisa se preocupar em saber tudo que o aluno pode encontrar usando o computador. Como saber tudo o que há na Internet ou em um CD Rom? Impossível.

Agora tudo é de verdade. O aluno não vai mais falar para os colegas nem para o professor coisas que os seus interlocutores já sabem. Os alunos vão pesquisar sobre assuntos do seu interesse e o professor vai aprender muito com isso. Nessa aula todo mundo vai aprender. O aluno também não vai precisar escrever sempre para leitores fictícios. Pelo contrário, o computador abre portas para comunicações verdadeiras, com os próprios colegas, com colegas de outras turmas, de outros colégios, de outros estados e até de países diferentes. Isso vai tornar a aula ainda mais interessante.

Ao professor cabe o papel de preparar bem as aulas oferecendo desafios e questões interessantes para os alunos, explorando da melhor maneira possível os recursos que o computador lhe oferece. Cabe a ele também estimular a reflexão crítica e competência dos alunos em relação aos elementos lingüísticos envolvidos nas leituras e produções de texto dos alunos.

Outra questão reflete o medo que se tem de danificar o equipamento e é a seguinte: E se os alunos estragarem o computador? Não é tão fácil assim estragar um computador. Mas o professor não deve deixar seus alunos à toa na frente de um, porque eles podem fazer algumas bobagens como procurar sites pornográficos na Internet, apagar programas, atrapalhar a configuração do computador, entre outras. As atividades precisam oferecer desafios aos alunos e os envolver tão profundamente que eles não tenham tempo nem de pensar em fazer bobagens. Estabelecer limites de tempo para a realização das tarefas assim como instaurar a competição entre os grupos pode trazer bons resultados nesse sentido.

Um trabalho de conscientização dos alunos também nunca é demais. É preciso lembrar sempre dos cuidados que se deve ter com essa aparelhagem e dos benefícios que esse equipamento traz para as aulas, tornando-as mais interessantes, atraentes, divertidas, etc. Envolver os próprios alunos na criação de uma campanha de conscientização em relação à necessidade de conservar os computadores pode trazer frutos positivos em relação ao cuidado dos alunos com essas máquinas.

A falta de um computador para cada um dos alunos da turma é também uma questão freqüentemente levantada e que merece ser discutida. Para usar o computador como instrumento de aprendizagem não é necessário que haja uma máquina para cada aluno, pelo contrário, o trabalho em pequenos grupos de 4 ou 5 alunos pode ser muito mais proveitoso, só depende da tarefa que o professor vai dar aos alunos. Talvez seja interessante alertar para o fato de que mais vale uma sala com 10 computadores do que 10 salas com um computador em cada uma. Se só há um computador em cada sala de aula, somente o professor vai usá-lo e certamente esse equipamento ficará subutilizado, sendo apenas um quadro-negro mais sofisticado. Mas se há computadores suficientes para que os alunos trabalhem em pequenos grupos e se o professor preparar tarefas que exijam que os grupos trabalhem como verdadeiras equipes, então o computador vai revolucionar a aula de português.

Uma atitude que pode evitar alguns problemas, quando da divisão dos grupos para trabalhar nos computadores, é o professor não deixar que um grupo se forme somente com os experts em computador, nem um grupo só com alunos que têm pouco domínio do equipamento. Caso isso aconteça vai haver um descompasso em relação ao tempo que os grupos vão gastar para realizar suas tarefas. O grupo de experts muito provavelmente vai terminar a atividade mais rapidamente, enquanto o grupo de inexperientes pode ficar entediado por não dominar bem a máquina e demorar demais para realizar a tarefa. Este é um problemas que pode acontecer quando os computadores ainda forem novidade para os alunos. Essa diferença entre experts e iniciantes tende a desaparecer depois de algum tempo de uso dos computadores. De qualquer forma é sempre bom o professor ter em mente tarefas extras para aqueles que concluírem a tarefa mais rapidamente.

E os textos mal escritos e com informações equivocadas que às vezes encontramos na Internet? Isso também não é problema. O professor que está consciente desse fato, alerta seus alunos para ele e, inclusive, usa os textos com problemas em discussões com os alunos a respeito do uso de mecanismos lingüísticos, da estruturação e organização dos textos, para fazer críticas à estrutura argumentativa, entre muitas outras reflexões que um texto mal escrito pode suscitar. E por que não fazer um trabalho interessante de reescrita desses textos? Cada grupo de alunos pode escolher um texto para apontar os problemas e propor soluções para os problemas encontrados. É justamente a riqueza na variedade de textos que se pode encontrar na Internet que a torna tão fascinante e tão útil ao professor de português.

Muitos professores argumentam que a informática não é realidade dos alunos. Esta é uma forte razão para se usar a informática na escola. Se em casa o aluno não vai ter acesso a esse equipamento, e conseqüentemente ao aprendizado que ele possibilita, é dever da escola viabilizar o acesso do aluno ao computador. O mundo profissional tem cobrado dos trabalhadores de todas as áreas conhecimento de informática, portanto, não dar esse conhecimento ao aluno é deixá-lo desde já fora do mercado de trabalho.

Além desses, muitos outros pseudo problemas podem ser discutidos mas haverá sempre uma boa maneira de resolvê-lo e uma boa razão para usar o computador na aula de português.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A nova aula de português: o computador na sala de aula [1]

Carla Viana Coscarelli[2]

Ninguém mais duvida que o computador é coisa do presente. O que parecia futuro há pouco tempo atrás já é realidade na sala de aula. O problema hoje é o que fazer com esse instrumental. Muitos professores ainda não sabem usar o computador, portanto, o primeiro passo é aprender a fazer isso. É preciso saber o que ele pode fazer, para depois saber o que fazer com ele. Isso não quer dizer que devemos saber tudo sobre computador. É preciso, pelo menos, ter intimidade com os recursos mais freqüentemente usados do editor de textos, porque o resto vamos aprendendo um pouco a cada dia de uso desse programa. Além disso, saber receber e enviar e-mails e saber navegar na Internet são condições indispensáveis para quem quer usar o computador na sala de aula.

Outro requisito é mudar a noção do que é uma aula de português. A aula de português, como tradicionalmente concebida, não existe mais. Ao invés de estudar português, os alunos vão aprender através do português. O português vai ser usado como instrumento para se aprender história, geografia, literatura, retórica, educação física, química, etc. Mais do que nunca a interdisciplinaridade vai tomar conta da escola. Isso significa que os alunos precisam saber, na leitura, produzir sentido “levando em conta os recursos lingüísticos presentes [no texto] e percebendo sua inter-relação” e, na escrita, “saber escolher e usar os recursos lingüísticos adequados aos propósitos da interlocução” (Costa Val, 1998:2).

Muitos professores ainda devem estar se perguntando sobre a gramática. Há muito que o estudo da gramática normativa como parâmetro classificatório de períodos, orações e termos deles não deveria ser objeto de estudo sistemático das aulas de português. Aos que ainda insistem em argumentar que o aluno precisa aprender gramática por causa dos concursos, sugiro uma reflexão: estamos preparando o nosso aluno para um concurso ou para a vida? Concursos, mais dia menos dia, vão mudar (muitos já mudaram) e o que será do aluno que só foi preparado para um determinado tipo de concurso?

Excluir da aula de português o estudo da gramática como uma metalinguagem usada unicamente com fins classificatórios, não significa, como andam dizendo por aí, que se deve jogar gramática no lixo. Usar a língua é usar a gramática dessa língua. Então não faz sentido, nem é possível, deixar a gramática de lado. Nem tão pouco é proibido o uso da nomenclatura da gramática tradicional. A gramática normativa deve ser, como os dicionários, um livro de consulta. Devemos ensinar os alunos a consultá-la sempre que houver dúvidas sobre a norma padrão culta e alertá-los para o fato de que ela não é a dona da verdade absoluta nem contém todas as respostas a respeito dessa variante da língua portuguesa. Para os casos de uso de uma linguagem não tão formal e para reflexão sobre muitas questões gramaticais, outras gramáticas, como a Gramática Descritiva do Português de Perini (1996) são muito apropriadas.

Deixar de lado o ensino tradicional da gramática como ele vem sendo feito há anos também não significa que as reflexões sobre a língua não existirão mais, muito pelo contrário, a reflexão sobre a língua em uso é o que deve ser feito. Aos alunos devem ser oferecidas atividades que os desafiem intelectualmente, estimulando-os a refletir sobre o funcionamento da linguagem e aproximando novamente o que nunca devia ter sido distanciado: a reflexão sobre os fatos gramaticais e o uso da língua.

Levando em conta essas considerações que acabamos de fazer, podemos assinalar como dever do novo professor de português fazer com que os alunos:

à tenham consciência das diferenças entre língua oral e escrita;

à saibam reconhecer e usar bem os diversos registros da língua, tanto escrita quanto oral, variando do mais formal ao mais informal;

à saibam ler e redigir os mais diversos tipos de texto (incluindo o e-mail e o hipertexto);

à saibam produzir textos adequados à situação e ao interlocutor a que se destinam;

à tenham o hábito e a capacidade de refletir sobre a linguagem nos seus mais diversos modos de utilização;

à ao invés de memorizar informação, saibam procurar e usar as informações de que precisam. [3]

Em suma, o aluno precisa saber ler e escrever bem, ou seja, precisa dominar a sua língua para que conquiste a autonomia da aprendizagem, que é, afinal de contas, o que queremos todos nós professores. O computador pode ser de grande ajuda nessa tarefa nada fácil, pois será o instrumental que ajudará o professor a propiciar as condições necessárias para os estudantes exercitarem a capacidade de procurar e selecionar informação, resolver problemas e aprender independentemente (Valente, 1989).



[1] Coscarelli, Carla V. A nova aula de português. Presença Pedagógica. Belo Horizonte, mar./abr., 1999.

[2] Professora do Departamento de Letras Vernáculas da FALE/UFMG

[3] Outros objetivos que poderiam ser acrescentados a essa lista estão na primeira versão do currículo do ensino fundamental (Cafiero, 1998).

terça-feira, 20 de julho de 2010

Recursos Tecnológicos e Educação: Amplitude de Possibilidades

Autor: Rosimar de Freitas Pessanha

Data: 12/05/2009

RESUMO

Destacaremos nesse estudo uma reflexão sobre a importância da tecnologia em sala de aula, bem como o interesse dos professores a se adaptarem à nova realidade educacional para integrar os recursos tecnológicos, como o computador e a internet à escola e à comunidade. A possibilidade de uma integração das tecnologias à educação requer do docente uma nova postura que levará o mesmo a rever sua prática em sala de aula, adequando os vários meios de informação à metodologia utilizada. Requer dos profissionais novas competências e atitudes para criar e recriar estratégias e situações de aprendizagem que possam tornar-se significativas para o aprendiz, sem perder de vista o foco da intencionalidade educacional. O uso dos recursos tecnológicos podem ser confundidas com a simples presença do computador e a qualidade da educação com políticas oficiais para a formação continuada dos educadores. Neste sentido, surge um profundo questionamento a respeito do aprender a aprender a integrar as tecnologias da informação de forma a promover mudanças no modo de ensinar, de aprender e de enxergar os jovens e crianças dessa geração. A pesquisa baseia-se em obras de autores como Moran ( 2002, 2004, 2007) , Valente (2001), Garcia Aretio (2004), Martins (1991) entre outros. O método utilizado foi pesquisa bibliográfica que traz a visão de vários autores especialistas no assunto.

Palavras Chaves: Novas tecnologias, educação, integração, possibilidades.

1. INTRODUÇÃO

Temos acompanhado, nas últimas décadas e, principalmente, os debates, que se ampliam constantemente, sobre os efeitos das contínuas e rápidas transformações da sociedade contemporânea no contexto escolar. Na era tecnológica, o professor que já não era o detentor do saber, perde mais um pouco onde o saber é gratuito nas ondas da internet. As relações entre aluno e professor se transformam em razão disso, passam a ser mais horizontal e sem lugar fixo. Tomar consciência dessas transformações extremamente profundas e das suas consequências constitui um desafio para o professor que não pode ser ignorado.

Há alguns anos atrás, supôs-se até que os computadores iriam tomar o emprego de milhões de professores; na realidade, mesmo nos países mais desenvolvidos, que dispõe de sistemas educacionais altamente informatizados, nunca se precisaram tanto de professores como hoje. A exigência está em qualificação profissional diante da modernização tecnológica que não podem ser obtidos através dos processos tradicionais de formação profissional, mas demanda novos requisitos, novos conceitos de eficiência.

O uso da tecnologia no contexto escolar requer a formação, o envolvimento e o compromisso de todos que atuam no processo educacional no sentido de repensar o processo de ensino e aprendizagem na e para a sociedade do conhecimento. Cada um tem um papel específico e o uso da tecnologia deve atender a todos, para que, juntos possam articular as ações em prol desenvolvimento global do aluno.

Nesse estudo, vamos abordar sobre o perfil do educador frente às inovações tecnológicas e como o ensino e aprendizagem devem ser vistos para atender as novas exigências da sociedade. Utilizando metodologia bibliográfica, este estudo faz uma análise de pesquisas de autores como Moran (2002, 2004, 2007), Valente (2001), Kyrillos (1998), Garcia Aretio (2004) entre outros, que retratam as novas necessidades requeridas para os profissionais em educação.

Por ser um tema atual, este estudo possibilita uma reflexão sobre dilemas e perspectivas para os educadores diante de uma sociedade em transformação e de uma nova geração mais exigente, mas que precisa aprender a ser capaz de atender às demandas dos novos ambientes de aprendizagem e ser capaz de perceber-se como parte de uma comunidade real ou virtual de aprendizagem colaborativa e desempenhar um novo papel nessa comunidade.

A educação à distância também é analisada como uma modalidade específica de ensino que surge com inúmeras vantagens de formação inicial e continuada de professores.

2. REFLEXÕES SOBRE O PERFIL DO NOVO EDUCADOR NA ERA TECNOLÓGICA

As drásticas mudanças e violentas transformações que estão ocorrendo no mundo têm sido característica marcante da última década, atingindo todo o âmago da sociedade, das instituições, das escolas e do ser humano. As novas descobertas e conquistas influenciaram e ainda influenciam as ciências, a arte, a economia, e todas as atividades do ser humano . Junto a elas vieram as contradições e problemas da vida atual. Com toda ciência e tecnologia de ponta ainda não foram suficientes para resolver os problemas e o mundo avança em direção à uma situação caótica. A fome, a miséria, a ignorância se alastram. A sociedade está caracterizada por um contexto de crises em todos os seus aspectos: cultural, social, político, econômico, científico, educacional e ambiental. É um momento de cisão, provocado principalmente por respostas insuficientes, que exigem reações rápidas e precisas para a sua solução e superação.

Esse contexto de crise e desigualdades exige uma revisão radical na nossa maneira de interpretar a realidade. Inseridas na sociedade, as instituições educacionais brasileiras atravessam um longo período de insatisfação, por parte de professores, alunos, pais e comunidades. Nesse sentido, a função da educação vai além da transmissão de conhecimentos científicos e técnicos. O que está em jogo é uma educação preparada para a formação de alunos que pense e aja diante dos problemas da sociedade atual e seja um agente de transformação dessa sociedade, tornando-a mais justa e igualitária. A tecnologia que está presente e evoluindo a cada dia deve ser posta diante desses alunos como um instrumento para ajudar a resolver tais problemas e não como uma simples diversão ou uma aula diferente.

Souza (1999: 23), fazendo uma análise sobre as possibilidades da comunicação em educação e da tecnologia como fundamental nesse contexto, afirma que:

Talvez a escola consiga, do mesmo modo que a comunicação como processo social, ultrapassar a idéia de tecnologias da comunicação como sendo determinantes do seu papel social. A compreensão da escola e da comunicação como construtora de significado da vida social, apesar dos meios ou devido a eles, dá-lhes novas razões de parceria.

Kyrillos (1998) procurando analisar a educação profissional e o mercado de trabalho quanto aos novos requisitos afirma que em função do avanço tecnológico frequente e constante, exige profissionais capazes e com aptidão intelectual para adaptar técnicas e até mesmo mudar de função ou profissão no decorrer de sua atuação, o que requer uma formação tecnológica que contemple uma sólida base humanista de modo a permitir uma boa integração interpessoal, um bom relacionamento humano, a adaptabilidade a novos e diferentes ambientes de trabalho, repletos de peculiaridades e não é diferente para o professor.

A atual situação da educação brasileira tem sido objeto de estudo e preocupação uma vez que nos deparamos com uma escola excludente e com um ambiente para confinar crianças e adolescente, enquanto seus pais trabalham. Segundo Moran (2008)

Os alunos estão prontos para a multimídia, os professores, em geral, não. Os professores sentem cada vez mais claro o descompasso no domínio das tecnologias e, em geral, tentam segurar o máximo que podem, fazendo pequenas concessões, sem mudar o essencial. Creio que muitos professores têm medo de revelar sua dificuldade diante do aluno. Por isso e pelo hábito mantêm uma estrutura repressiva, controladora, repetidora. Os professores percebem que precisam mudar, mas não sabem bem como fazê-lo e não estão preparados para experimentar com segurança. Muitas instituições também exigem mudanças dos professores sem dar-lhes condições para que eles as efetuem. Frequentemente algumas organizações introduzem computadores, conectam as escolas com a Internet e esperam que só isso melhore os problemas do ensino. Os administradores se frustram ao ver que tanto esforço e dinheiro empatados não se traduzem em mudanças significativas nas aulas e nas atitudes do corpo docente.

Pelo que se observam, os recursos tecnológicos de um modo geral provocaram e provocam grande preocupação para a maioria dos profissionais da educação.

O grande desafio do profissional da educação, mais do que utilizar tal ou qual recurso tecnológico é pautar-se em princípios que privilegiam a construção do conhecimento, o aprendizado significativo, interdisciplinar e integrador do pensamento racional, estético, ético e humanista. A escola precisa deixar de ser meramente uma agência transmissora de informação e focar sua intensionalidade na aprendizagem de fato. O foco da aprendizagem é a busca da informação significativa, da pesquisa, o desenvolvimento de projetos e não predominantemente a transmissão de conteúdos específicos. E a tecnologia está aí como um instrumento de amplas possibilidades.
Como afirma Veiga (apude MORAN, 2007)

É preciso evoluir para se progredir, e a aplicação da informática desenvolve os assuntos com metodologia alternativa, o que muitas vezes auxilia o processo de aprendizagem. O papel então dos professores não é apenas o de transmitir informações, é o de facilitador, mediador da construção do conhecimento. Então, o computador passa a ser o 'aliado' do professor na aprendizagem, propiciando transformações no ambiente de aprender e questionando as formas de ensinar ( 2007, p.2).

Desta forma os profissionais da educação de hoje devem mergulhar no novo modo de aprender e ensinar, onde todos são emissores e receptores de informação, logo educador e educando constroem juntos os conhecimentos, ensinando-se mutuamente.

Tendo em vista um processo de ensino e aprendizagem entendido como comunicação, diálogo e interação, nada melhor que assumir a importância e utilização dos recursos de multimeios nas práticas pedagógicas. Segundo Moran (2007) os professores podem ajudar os alunos incentivando-os a saber perguntar, a enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de sites, de avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes. Os professores podem focar mais a pesquisa do que dar respostas prontas. Podem propor temas interessantes e caminhar dos níveis mais simples de investigação para os mais complexos; das páginas mais coloridas e estimulantes para as mais abstratas; dos vídeos e narrativas impactantes para os contextos mais abrangentes e assim ajudar a desenvolver um pensamento arborescente, com rupturas sucessivas e uma reorganização semântica contínua.